A sucessão Apostólica
02/12/15

 

Volto a escrever-vos, caros leitores, após algumas semanas de ausência, para continuar nossa catequese sobre a Igreja. Um tema importantíssimo relacionado à Santa Mãe Igreja Católica é sobre os Bispos, sucessores dos Apóstolos. Embora muita gente duvide, nossos Bispos, e aqui me refiro tanto aos Bispos católicos quanto ortodoxos, são sucessores legítimos dos Apóstolos.

Em nossa Igreja Católica, onde subsiste plenamente a Igreja de Cristo, não se interrompeu em nenhum momento de sua história bimilenar a sucessão apostólica, e o mesmo aconteceu nas Igrejas Ortodoxas, tanto nas antigas Igrejas do Oriente (Copta, Siríaca, Armênia) quanto nas Igrejas Bizantinas provenientes do grande cisma ocorrido no ano de 1054, quando o Patriarcado de Constantinopla se rompeu com Roma.

Isso quer dizer que qualquer Bispo católico ou ortodoxo é sucessor legítimo dos Apóstolos. O “Catecismo da Igreja Católica” nos ensina que: “Para que a missão a eles (apóstolos) confiada fosse continuada após a sua morte, confiaram a seus cooperadores imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e administraram-lhes, depois, a ordenação a fim de que, quando eles morressem, outros homens íntegros assumissem seu ministério” (n. 861).

E o “Catecismo” continua dando destaque também para Pedro, o chefe dos Apóstolos, e seus sucessores, os Papas: “Assim como permanece o múnus que o Senhor concedeu singularmente a Pedro, o primeiro dos apóstolos, a ser transmitido a seus sucessores, da mesma forma permanece o múnus dos Apóstolos de apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido para sempre pela sagrada ordem dos Bispos”. Eis por que a Igreja ensina que “os bispos, por instituição divina, sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja, de sorte que quem os ouve, ouve a Cristo e quem os despreza, despreza a Cristo e aquele por quem Cristo foi enviado” (n. 862).

O nosso “Catecismo” não deixa dúvidas sobre a legítima e ininterrupta sucessão apostólica de nossos Bispos. Mas, infelizmente, nossos irmãos separados protestantes interromperam tal sucessão, seja por negarem o Sacramento da Ordem, como fizeram os luteranos e os calvinistas, ou por destituírem todos os legítimos Bispos, como fizeram os anglicanos sob as ordens do rei Henrique VIII. Nessas Comunidades Eclesiais se perdeu completamente a sucessão dos Apóstolos, e, portanto, elas não possuem legítimos ministros ordenados.

Essa Doutrina sobre a sucessão apostólica é de suma importância para nós católicos, assim como para nossos irmãos separados ortodoxos, que compartilham conosco essa sucessão. É necessário que nós católicos estejamos plenamente convictos dessa Verdade de fé, que chegou a nós pela Tradição da Igreja, sendo atestada também em diversos pronunciamentos e documentos do Sagrado Magistério Infalível da Igreja, como é o caso do “Catecismo da Igreja Católica”, citado acima.

Por não estar muito clara na Sagrada Escritura, nossos irmão protestantes, que possuem somente a Bíblia como fonte da Revelação, não deram muita importância para a Doutrina da sucessão apostólica, negando-lhe sua Verdade. Os protestantes não aceitam a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério como fontes da Revelação de Deus, aceitando apenas a Sagrada Escritura como fonte da Revelação.

Eles se esquecem ou simplesmente ignoram que a Sagrada Escritura faz parte da Tradição da Igreja. A Bíblia é apenas uma parte da Tradição dos Apóstolos que foi fixada por escrito, no que se refere ao Novo Testamento. Já quanto ao Antigo Testamento, esse faz parte da tradição judaica que nós cristãos herdamos de nossos irmãos mais velhos, os judeus.

Aqui constatamos que a heresia de nossos irmãos protestantes de somente aceitarem a Bíblia como fonte da Revelação, os levou a rejeitarem também a sucessão apostólica. Um erro levou a outro. Nesse sentido é totalmente ilegítimo que uma denominação protestante se utilize do termo “Bispo” para nomear seus pastores. É o que temos presenciado nas últimas décadas entre os protestantes, especialmente os neo-pentecostais. Muitos pastores se auto-intitulam “Bispos” ou até mesmo “Apóstolos”. Isso é um absurdo, pois ninguém pode se auto-intitular “Bispo”; mas somente é Bispo verdadeiramente aquele a quem foi confiado o terceiro grau do Sacramento da Ordem, através da ordenação ou sagração episcopal, que só pode ser conferida por outro Bispo, que também foi legitimamente ordenado por outro Bispo, e assim sucessivamente.

Nós católicos devemos respeitar nossos irmãos protestantes que se auto-declaram “Bispos”, mas nunca aceitar esse lamentável fato como uma Verdade de fé, pois os verdadeiros sucessores dos Apóstolos são apenas os Bispos católicos e ortodoxos. Aqui em nossa Diocese de São José do Rio Preto temos um único sucessor dos Apóstolos, que é nosso Bispo Diocesano D. Tomé Ferreira da Silva. Todos os outros que se declaram “Bispos”, em nosso território diocesano, são falsos Bispos.

O nosso querido Papa Francisco, que é o legítimo sucessor de São Pedro, que foi o primeiro Papa da Igreja, é também o chefe do Colégio dos Bispos. E o Sagrado Colégio dos Bispos, unidos ao Papa, formam o Sagrado Magistério da Igreja, que tem a função sagrada de guardar e interpretar corretamente a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura, e delas extrair a Sã Doutrina Católica. Eis a Beleza e a Verdade de nossa fé.

Que Nossa Senhora, Rainha dos Apóstolos, interceda por nossos Bispos, sucessores dos Apóstolos, para que unidos ao Papa, sucessor de São Pedro, guardem inalterado o Sagrado Depósito de fé que Nosso Senhor Jesus Cristo a eles confiou. Amém!!!

 

 

Autor: Flavio Cividanes de Quero
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